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ESG e Trabalho Análogo à Escravidão

Décio Luís Schons,  CIEAI, CEGRC, CIGR, CISI
General-de-Exército da Reserva, é Vice-Presidente de Operações de Consultoria da empresa Brasiliano INTERISK

Maio | 2023       

                                                                                                                                                             

No início deste ano, uma notícia triste e preocupante veio somar-se aos acontecimentos que movimentavam o nosso universo político.

A informação da descoberta de numerosos trabalhadores submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão em conceituadas vinícolas do Rio Grande do Sul causou espanto e indignação à parcela esclarecida da população que tem consciência dos direitos humanos e da necessidade do respeito ao próximo em qualquer situação.

Logo a incredulidade cedeu lugar à curiosidade por conhecer as motivações e as circunstâncias de tal procedimento. Não demorou muito para que a situação fosse esclarecida pela força-tarefa montada com esse objetivo, envolvendo integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Versões e realidade

O comunicado emitido pelas empresas denunciadas, embora reconhecesse a ocorrência do evento, procurava desviar a responsabilidade, descarregando-a sobre a terceirizada que contratava os trabalhadores, colocava-os a trabalhar e os mantinha submetidos àquelas deploráveis condições.

É de todo interessante verificar o quanto essa realidade era diferente do apregoado nos meios de comunicação e nas declarações postadas nas mídias das empresas. Por exemplo, reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo de 06/10/2022, assinada pelo jornalista Luis Filipe dos Santos, traz como título: “Vinícola Salton aposta em juventude e ESG por competitividade”.

Diferentemente do que se é levado a crer pelo conteúdo da manchete acima transcrita, uma simples passada de olhos pela matriz de materialidade da empresa (https://www.salton.com.br/jornada-consciente) nos informa que os aspectos sociais e ambientais não ocupavam alta prioridade para as suas Lideranças.

Ao contrário, a matriz de materialidade mostra os aspectos ambiental e social ocupando níveis de prioridade médio e baixo para as Lideranças, embora os demais stakeholders ofereçam uma visão mais consentânea com os tempos atuais e atribuam a esses aspectos um nível de materialidade alto. Para as Lideranças da empresa em questão, apenas o Produto e a Segurança Cibernética ocupavam uma posição de alta relevância entre os temas submetidos à análise de materialidade ESG.

Como costuma acontecer, as decisões são, no final das contas, tomadas pela Alta Administração da organização. Assim é que, pelo visto, as opiniões dos demais stakeholders não foram muito valorizadas, pelo menos no que toca aos aspectos a que estamos nos referindo.

Com o aspecto social negligenciado na cadeia de valor e sem ter sido contido ou mitigado por qualquer controle, o risco de trabalho escravo veio a se materializar. As consequências não se fizeram esperar e trouxeram consigo uma fatura pesada em termos legais, financeiros e de imagem para as empresas.

Em resumo...

De toda essa triste história, é possível concluir sobre a necessidade de as empresas encararem de forma positiva a gestão da Agenda ESG. É fundamental estabelecer, de forma precisa e coerente, os temas ESG relevantes para a empresa e levantar os riscos que o fato de não os levar em consideração acarretará. A partir daí, caberá à Alta Administração decidir se esses riscos cabem no apetite ao risco da empresa ou se será necessário tratá-los.

É público e notório que os investimentos em ESG têm alta probabilidade de trazer retornos financeiros positivos, embora nem sempre no ritmo desejado. Todavia, mais importante que o retorno financeiro é exatamente a circunstância de esses investimentos, quando conduzidos de forma planejada e estruturada, reduzirem drasticamente as probabilidades de materialização de riscos de impacto muito alto que podem acarretar até mesmo a inviabilização do negócio.

Conclusão

Tivemos assim, em poucas palavras, uma visão da importância, para qualquer organização, do atendimento dos princípios que regem a Agenda ESG, a partir de um caso ocorrido há pouco em nosso país.

Caso haja interesse de sua empresa em aprofundar-se nesse ou em outros temas afetos ao gerenciamento de riscos, contate a Brasiliano INTERISK, uma empresa que oferece soluções de Inteligência e Gestão de Riscos com base na Interconectividade, conferindo total transparência aos processos de Governança, Riscos e Compliance.

Software INTERISK é uma plataforma tecnológica e automatizada que integra diversos módulos – entre eles, o Módulo Gestão de Riscos ESG – compostos de diferentes disciplinas. Isso garante a abrangência e a integração de todos os processos em um único framework. 

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