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ESG – Ligação da Estratégia
com a Gestão de Riscos

Décio Luís Schons,  CIEAI, CEGRC, CIGR, CISI
General-de-Exército da Reserva, é Vice-Presidente de Operações de Consultoria da empresa Brasiliano INTERISK

Abril | 2023                                                                                                                                                                     

Introdução

A tomada de consciência em relação aos assuntos ESG é hoje uma realidade do cotidiano das empresas.

Investidores, representantes da mídia e o público em geral levantam questões sobre as ações das empresas em relação ao investimento responsável.

Querem saber como são tratados os colaboradores e como é monitorada a cadeia de valor sob o ponto de vista da responsabilidade ambiental e social.

Há muitas perguntas também sobre as principais iniciativas de sustentabilidade e sobre outras atividades que se enquadram no guarda-chuva ESG.

Uma coisa que precisamos de imediato deixar de lado é aquela visão simplista de que é suficiente saber o significado da sigla e, de forma ampla, os assuntos abarcados pelos aspectos Ambiental, Social e de Governança para bem orientar nossa empresa ou organização no caminho da sustentabilidade.

Também não é nossa intenção aqui tornar as coisas complicadas, antes pelo contrário. De qualquer modo, é importante dizer que a chamada Agenda ESG é, ou deveria ser, parte obrigatória da gestão corporativa.

Diríamos também que o conhecimento dos temas ESG constitui ferramenta valiosa para a correta apreciação de fatores importantes para a gestão – fatores que, de outra forma, poderiam passar despercebidos.

É de todo interessante que se estabeleçam como benchmark os procedimentos adotados e já em curso em outras empresas e organizações, de modo a obter parâmetros de onde se está e para onde a empresa se dirige.

Matrizes de Materialidade – para quê?

Uma maneira interessante de iniciar o processo de gestão ESG é pela confecção da Matriz de Dupla Materialidade ou de Dupla Relevância, que irá nos proporcionar o conhecimento sobre os temas mais importantes, tanto para a empresa quanto para as partes interessadas internas e externas.

Esse é exatamente o procedimento recomendado pelo Global Reporting Initiative (GRI), um dos indicadores mais relevantes dentre os que tratam de ESG.

 

Para atender a essa demanda por conhecimento e informações e reportar os dados de ESG com clareza e de forma objetiva, o GRI recomenda a utilização da Materialidade ou Relevância como ferramenta na elaboração de relatórios voltados para a sustentabilidade.

Estabelecendo a ponte...

Naturalmente, os objetivos estratégicos da organização estarão todos incorporados aos diálogos sobre materialidade, de modo a nos assegurarmos de que nenhum tema de elevada importância seja deixado de lado.

O envolvimento dos stakeholders (ou partes interessadas) internos e externos à organização, desde o início do processo de construção da Matriz de Dupla Materialidade, pode fazer toda a diferença.

Por um lado, a diversidade de opiniões e pontos de vista a respeito dos impactos causados pela empresa proporciona uma boa dose de certeza de que nenhum aspecto importante será esquecido.

Por outro lado, o interesse manifestado pela empresa em ouvir os integrantes de seu público interno (Diretoria, membros dos comitês, colaboradores, acionistas etc.) e externo (fornecedores, concorrentes, moradores das comunidades lindeiras, membros do poder público etc.) contribuirá para motivar o engajamento assertivo de boa parte desses stakeholders.

Para isso, devem ser levadas a efeito entrevistas com pessoas de um amplo espectro, desde aquelas que detenham o conhecimento da estratégia e dos objetivos estratégicos do negócio até aquelas que simplesmente sofrem os impactos, positivos ou negativos, da ação da empresa sobre o meio ambiente e sobre os seres humanos.

A iniciativa de promover reuniões e constituir grupos de discussão será também uma forma muito útil para ter ciência dos assuntos que cada público considera mais relevante e enriquecer assim o trabalho de construção da 1ª Matriz, na qual são tomados em conta os impactos causados pela empresa, tanto sob o ponto de vista da organização quanto sob o olhar das partes interessadas.

Algo que não pode ser dispensado durante esse trabalho é a análise dos meios de comunicação, de modo a identificar os assuntos pelos quais a companhia é elogiada ou criticada. A imagem e a reputação da empresa giram em torno das matérias e notícias que são publicadas e chegam ao grande público.

E eis que surgem as matrizes...

A 1ª Matriz nos mostra o resultado da intersecção dos impactos causados pela empresa segundo a percepção dos stakeholders (eixo vertical) e a percepção dos integrantes da Administração (eixo horizontal), como pode ser visto a seguir.

Ao combinarmos os resultados da 1ª Matriz com aqueles temas que a empresa considera relevantes (ou materiais) para o seu desempenho, teremos a 2ª Matriz, que é exatamente a Matriz de Dupla Materialidade.

Essa matriz proporciona à alta gestão informações concretas, que podem apontar maneiras de elevar o nível de participação da empresa no mercado, além de gerar novas oportunidades de negócios mediante a identificação de modelos e procedimentos para reduzir custos, melhorar a imagem da empresa, aumentar a margem de lucro e assim por diante.

Cuidados necessários

Um erro frequente é confeccionar e publicar a Matriz de Materialidade somente com o objetivo de cumprir os requisitos do GRI, gerando Relatórios de Sustentabilidade e desprezando os ganhos adicionais que podem resultar do processo.

Nessa forma de proceder, é comum encontrarmos matrizes construídas sem a devida seriedade, sem o engajamento da alta gestão da empresa e sem que seja dedicada a devida atenção às oportunidades que podem surgir e aos aprendizados que podem ser incorporados.

Resultados visualizados

Um trabalho sério e consciencioso na construção da Matriz de Dupla Materialidade dará origem a um Relatório de Sustentabilidade que retrata com bastante precisão a situação da empresa no que toca aos temas ESG.

Daí resultará também uma visão privilegiada da estratégia e dos objetivos estratégicos da empresa, o que possibilitará à alta gestão o estabelecimento de iniciativas estratégicas para atingi-los.

Esse é, sem dúvida, um ganho adicional extraordinário, na medida em que, já de início, a gestão com base nos temas ESG traz embutida a oportunidade de aperfeiçoamento do planejamento estratégico.

Outro produto notável da confecção da Matriz de Dupla Materialidade é o seu significado na gestão de riscos: ao apontar com clareza os caminhos trilhados pela organização em busca do atingimento dos objetivos estratégicos, ela possibilita determinar muitas fontes de risco e riscos potenciais que podem vir a se interpor nessa jornada – não apenas os relacionados ao ESG, mas riscos de praticamente todas as categorias.

Concluindo

Neste ponto, parece evidente que um levantamento de materialidade bem realizado, além de ajudar a empresa a identificar os dados de sustentabilidade mais relevantes para a elaboração de relatórios não-financeiros e melhorar a relação da empresa com os stakeholders, pode melhorar de forma marcante a qualidade do seu planejamento estratégico, estabelecendo uma ponte entre esse planejamento e o sistema de gerenciamento de riscos.

Dessa forma, um tema que até há bem pouco tempo era encarado como apenas mais um modismo vai aos poucos se consolidando como um componente essencial na administração de empresas e organizações em geral, pelo muito que pode agregar aos seus resultados.

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