Foto: Rede Social Donald Trump
Governo de Maduro, Venezuela, sofre ataques cibernéticos por Hacktivistas
Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, PhD,
Doctor of Philosophy in International Security Sciences, pela Cambridge International University, Inglaterra, Reino Unido.
Presidente da Brasiliano INTERISK.
Agosto | 2024
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, foi candidato à reeleição presidencial no último 28 de julho. Há fortes indícios de a eleição ter sido fraudada, dando a vitória aos Chavistas. Em razão disso, o governo venezuelano vem sofrendo uma série de ataques cibernéticos desencadeados por hacktivistas, impactando inúmeros serviços críticos para a população e para o governo. Como resultado destas ações, a insatisfação contra o Governo Maduro cresce ainda mais, tornando cada vez mais instável o ambiente político da Venezuela.
A informação é da Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software, que publicou em seu site a seguinte notícia:
“A Venezuela enfrenta atualmente uma agitação política significativa após o 28 de julho de 2024, eleição presidencial. Nicolás Maduro foi declarado vencedor, garantindo um terceiro mandato. No entanto, a oposição afirma que evidências substanciais indicam que a eleição foi fraudulenta, com alegações de que Maduro perdeu para o candidato da oposição, Edmundo González. O governo de Maduro tem sido amplamente acusado de manipular o sistema eleitoral e adulterar a contagem de votos.
“Em resposta aos resultados das eleições, protestos generalizados eclodiram em toda a Venezuela, com manifestantes entrando em confronto com forças de segurança e grupos pró-governo. A reação também se estendeu a grupos hacktivistas, que relançaram a campanha #OpVenezuela, predominantemente no Telegram e no X (antigo Twitter).
“Em 31 de julho, o coletivo Anonymous liderou a #OpVenezuela, declarando uma guerra cibernética contra o regime do presidente Maduro. O grupo reivindicou a responsabilidade pelo lançamento de ataques DDoS contra mais de 45 sites do governo com sucesso, invadindo vários deles.”
Conforme pode ser verificado a seguir, o site da Check Point Research publica várias provas, enviadas pelos Hacktivistas:
O Banco da Venezuela, BDV, principal instituição bancária da Venezuela — equivalente em importância a um dos cinco grandes bancos brasileiros —, já tinha sido atacado em setembro de 2021. Desta vez, suas operações ficaram paralisadas por mais de 72 horas. O incidente foi comunicado por meio de uma nota oficial do governo de Nicolás Maduro no site do banco. O banco é subordinado ao Ministério da Economia, Finanças e Comércio Exterior. Segundo a Wikipedia, o Banco de Venezuela tem sede em Caracas.
O grupo de hacktivistas ANONYMOUS VENEZUELA relatou seu primeiro ataque bem-sucedido a servidores vinculados ao governo, supostamente ligado a um aplicativo que se acredita ser usado como spyware pelo regime de Maduro.
Vários outros grupos de hacktivistas, incluindo Cyber Hunters (também conhecido como White Hunters), MS BOTNET Cyberhunter, Skull Hunters e outros, têm coordenado continuamente ataques DDoS contra bancos nacionais, organizações, empresas ligadas a Maduro e sites do gob.ve (governo da Venezuela) desde o momento em que os resultados das eleições venezuelanas foram anunciados.
Este tipo de ataque cibernético confirma uma tendência global no sentido de que o ativismo político, em integração com a geopolítica e a geoestratégia, entre decisivamente na pauta da segurança cibernética. O ataque pelos grupos ativistas digitais é uma declaração de confronto com as atitudes e ações do Governo autoritário de Maduro. Significa que os hacktivistas estão em guerra com a Venezuela de Maduro, ao lado da oposição, tentando quebrar a continuidade da permanência dos chavistas no governo venezuelano, ao lado da população que realiza protestos e é tolhida em seus direitos e em suas liberdades.
Os hacktivistas ameaçam paralisar a Venezuela com seus ataques, além de vasculhar as redes hackeadas em busca de provas de manipulação das eleições por parte do Governo Maduro. É uma ação que os governos autoritários, para não dizer ditaduras, não estão preparados para enfrentar com sucesso. Foi uma estratégia assimétrica, mesmo considerando que se o governo de Maduro realizasse um estudo de perfil de ataque cibernético, saberia que seu Governo seria um alvo dos hacktivistas. Certamente, poderia antecipar o Efeito Final Desejado (EFD) dos ANONYMOUS, tanto venezuelanos quanto internacionais, bem como os de toda a comunidade hacktivista.
Portanto, a Guerra Cibernética abriu mais uma janela de oportunidade para desestabilizar governos, visando a sua derrocada geral. A Guerra Cibernética, já utilizada nos conflitos da Ucrânia x Rússia, Israel x Hamas, comprova sua entrada nos campos da Geopolítica e da Defesa Internacional, comprovando ser uma estratégia assimétrica, que pode neutralizar seus oponentes despreparados. Mais uma tendência materializada!