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Foto: Rede Social Donald Trump

O Atentado contra Trump ressalta que a isenção de emoções e de polaridade política é fundamental para o sucesso da prevenção!

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, PhD,
Doctor of Philosophy in International Security Sciences, pela Cambridge International University, Inglaterra, Reino Unido.

Presidente da Brasiliano INTERISK.

Julho | 2024

Ultimamente, quando ministro aulas nos cursos de gerenciamento de riscos, ressalto de forma enfática que os gestores de riscos e de segurança devem ser isentos tecnicamente e frios ao realizarem cenários prospectivos.

 

Quando falo neste assunto, lembro aos alunos, mostrando fatos, ou seja, não opiniões, a linha do tempo da polarização política brasileira que culminou com os eventos do dia 08 de janeiro de 2023. Mostro a evolução do clima político, esquentando na forma das manifestações, incluindo a tentativa da tomada da sede da Polícia Federal em Brasília, o atentado, ainda bem que muito mal planejado e executado, com bomba caseira no aeroporto de Brasília e os mapas de inúmeras consultorias de riscos políticos, incluindo o da Brasiliano INTERISK, evidenciando a subida da criticidade do risco político brasileiro em dezembro de 2022. O que quero dizer com isto?

 

Digo que faltou, por parte das empresas brasileiras e de seus gestores de riscos e segurança, uma visão prospectiva, fria, técnica para que pudessem olhar para os múltiplos ambientes e construíssem cenários das hipóteses do que poderia acontecer com o contexto brasileiro e seus respectivos negócios. Os gestores, de um lado ou do outro, em sua grande maioria, não visualizaram sintomas e ruídos que soavam como avisos claros de que algo muito grave poderia acontecer. Faltou monitoramento.

 

Fazendo um paralelo com as eleições americanas, podemos visualizar a mesma miopia, por parte dos que fazem a segurança de Trump e também a de Biden. As eleições americanas estão carimbadas por inúmeros estudos internacionais das diversas empresas de consultoria de risco político, incluindo a Eurásia, que colocou esse evento como um dos 10 riscos mais críticos do mundo, com potencial de mexer com o tabuleiro geopolítico mundial.

 

Um ambiente político, portanto, muito polarizado e agressivo, assumindo as formas de racismo e xenofobia (ojeriza aos imigrantes), com um histórico nada bom. Os Estados Unidos ostentam uma taxa de 11 presidentes americanos que sofreram atentados, 4 dos quais não sobreviveram. Então temos um percentual relativamente alto de agressividade e violência. Colocamos neste caldeirão mais fontes de riscos do tipo compras de armas sem muita burocracia, clubes de tiro, milícias agrupadas e motivadas em torno dos ideais do próprio Trump, que preconiza a volta da hegemonia branca.

 

O que esperar de um contexto deste nível? A violência política não era uma probabilidade, era um evento já esperado. Bastava somente a conjunção de hora e local adequados para que ela se manifestasse. E foi o que aconteceu, em função da miopia dos planejamentos de segurança que vinham sendo preparados.

 

Este artigo não visa detalhar os fatos, pois farei um Webinar nesta sexta-feira, 19 de julho, explicitando melhor o contexto. Visa apenas ressaltar que enquanto um candidato ao cargo de presidente dos Estados Unidos, polêmico e agressivo, discursava em campo aberto, num raio de 800 metros não poderia haver tetos de prédios que não contassem com a presença de segurança armada. Deveria haver drones inteligentes realizando patrulhamento, drones com cabos para evitar que fossem abatidos pelo corte de sinal, drones com seis rotores e não quatro, para que pudessem continuar voando mesmos com dois rotores inoperantes. Deveria ter havido um estudo detalhado dos perfis dos possíveis agressores, desde os profissionais até os amadores. Esse estudo incluiria suas motivações, seu modus operandi, os tipos de armamento e de munições que provavelmente iriam utilizar, as estratégias empregadas e, principalmente, aquelas que poderiam mostrar-se assimétricas, ou seja, os pontos fora da curva.

 

Falar que não pode haver espaço para a violência política nos Estados Unidos é o mesmo que acreditar em Papai Noel e em seus duendes! Tomando em conta que já tivemos a invasão do Capitólio com a ocorrência de mortes, inúmeros atentados contra presidentes americanos, estudos internacionais e nacionais dizem que esta eleição americana será uma das mais acirradas e conturbadas da História.

 

No meu ponto de vista, os políticos dizerem que “não há lugar nenhum” para a “violência política” em uma sociedade organizada pela violência política, interna e externamente, como a sociedade americana, é concordar com a normalização dessa violência, desde que ela seja monopólio do estado.

 

Estou convicto de que trata-se de uma questão de hipocrisia e falsidade, vício comum na política mundial, assim como na brasileira.

 

Por esta razão, nós, os profissionais de riscos e de segurança, devemos nos manter “gelados”, isentos ao realizarmos análises de riscos, planejamentos e cenários. Caso contrário, a bruma da incerteza fará com que sejamos traídos pela emoção! 

 

Aproveite para clicar no banner abaixo e se inscrever no nosso próximo webinar. Discutiremos o atentado a Donald Trump em um comício, analisando a falha na segurança e os erros que permitiram que oito disparos fossem efetuados antes da neutralização do atirador.

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