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Pontos a ponderar sobre o perfil do profissional ESG

Décio Luís Schons,  CIEAI, CEGRC, CIGR, CISI
General-de-Exército da Reserva, é Vice-Presidente de Operações de Consultoria da empresa Brasiliano INTERISK

Outubro | 2023   

Quando pensamos em alguém cujo trabalho tenha como objeto a Agenda ESG, de imediato nos vem à mente a imagem de uma pessoa idealista, preocupada com a sustentabilidade e disposta a dedicar sua existência à defesa das causas ambientais. É comum visualizarmos alguém ainda jovem, engajado em temas da atualidade tais como o combate às injustiças sociais, ao racismo, ao desperdício de recursos naturais e assim por diante.

 

Embora reconhecendo que o perfil descrito acima pode se encaixar muito bem no tipo profissional de que tratamos, é importante que sejam levantadas algumas características não apenas desejáveis, mas necessárias a alguém que pretenda ocupar-se com seriedade de assunto tão abrangente, complexo e ainda tão pouco conhecido.

 

É de todo apropriado que o profissional que pretenda se dedicar ao tema da sustentabilidade nos campos ambiental, social e da governança corporativa já detenha uma visão clara da natureza de suas tarefas, dos fundamentos da metodologia de trabalho ESG e de como essa metodologia se interconecta aos mais diversos ramos de negócios.

 

Ao iniciar seus trabalhos em benefício de qualquer cliente, é necessário que o nosso profissional se debruce sobre as características daquele negócio, sobre as particularidades relativas a cada setor, com ênfase especial àqueles responsáveis pelos maiores impactos nos temas correspondentes às diversas dimensões do espectro ESG. Nesses setores, será muito importante verificar com atenção os pontos fortes e as oportunidades de melhoria. É importante que o profissional consiga evoluir com rapidez de uma visão abrangente do negócio para as particularidades de cada um dos setores críticos para a Agenda ESG.

 

Ao analisar a posição dos dirigentes setoriais em relação à atividade ESG, será recomendável determinar se essa é uma postura de mero conformismo em relação a um empecilho inevitável ou se existe interesse genuíno em aplicar a metodologia na busca de um bem maior para o negócio e para os stakeholders.

 

Percebe-se, nesse ponto, a necessidade de que o profissional envolvido com o tema Sustentabilidade tenha desenvolvido um nível adequado de perspicácia na observação, não apenas do ambiente em que as operações se desenrolam, como também das pessoas que interagem nesse ambiente. A competência no que tange ao relacionamento interpessoal mostra-se, nesse ponto, bastante relevante.

 

Ainda na área do relacionamento interpessoal, não será demais enfatizar a capacidade de comunicação como altamente desejável para integrar a personalidade do profissional ESG. É fácil perceber que as tarefas decorrentes da Agenda ESG representam, indiscutivelmente, um acréscimo considerável na carga de trabalho de todo o pessoal envolvido, o que, por si só, não é uma circunstância emuladora – muito ao contrário. Assim, a maneira como esses novos encargos são explicados, em particular no tocante aos resultados esperados e às consequências de uma possível inação, é fator importante para a obtenção do êxito no empreendimento.

 

É de se esperar que em determinado momentos as pessoas envolvidas com a temática ESG na empresa passem a formar uma equipe. A capacidade de estimular o trabalho cooperativo, em que as tarefas são assumidas de forma voluntária ou pelo menos de bom grado por todos os envolvidos – ou seja, uma boa dose de liderança – é outra qualidade de caráter extremamente desejável naqueles que se dispõem a fazer o programa ESG de qualquer empresa acontecer.

 

Mediante diálogos e entrevistas com as partes interessadas em todos os níveis, tanto na área interna quanto na área externa, serão definidos os Riscos de natureza ESG a que o negócio se encontra sujeito. Para isso, o profissional encarregado deverá ter proficiência na área de gerenciamento de riscos, de modo a conferir ao cliente a tranquilidade de saber que, ao final do processo, os Riscos ESG estarão adequadamente levantados, analisados e com os roteiros para a sua gestão claramente indicados.

 

Nunca será demais reafirmar aqui a necessidade de que o profissional que se dispõe a tratar de tema tão sensível tenha uma formação holística e calcada nos princípios da Ética e da responsabilidade pessoal e profissional. O motivo para essa condição, que reputamos da mais alta relevância, é exatamente o fato de esse tema ter relação direta com as premissas básicas da existência da empresa para a qual o serviço será prestado. O tão falado greenwashing nada mais é, na maioria dos casos, que o resultado de assessoramento tendencioso, emitido por consultores ou assessores mais preocupados em agradar à Alta Gestão do negócio do que em proporcionar à empresa o suporte para que ela siga os parâmetros de sustentabilidade previstos em legislação. As consequências da irresponsabilidade serão sentidas quando da materialização dos riscos ESG, muitas vezes evidentes mas mascarados pelo uso de palavreado enganoso e por atitudes típicas de avestruz.

 

Até pouco tempo atrás, falar desse tema era quase uma garantia de obter olhares de soslaio e ouvidos pouco atentos da parte da maioria das pessoas. Para o bem ou para o mal, a situação mudou radicalmente em poucos anos. Os fenômenos climáticos chegaram de forma tão assertiva que não há mais como negá-los. Da mesma forma, vai ficando cada vez mais difícil afirmar que eles ocorrem independentemente da ação do ser humano sobre o nosso planeta.

 

Assim é que vai aos poucos tomando forma um consenso sobre a necessidade de providências de nossa parte antes que seja demasiado tarde (na verdade, para muitas pessoas levadas pelas enxurradas e inundações ou pela fome decorrente de secas inclementes, qualquer coisa que se faça já será tarde demais). Junte-se a isso a onipresença dos modernos meios de comunicação, multiplicando o impacto da informação sobre a sociedade e não fica difícil acreditar que esse tema estará presente no dia a dia da humanidade nos anos que estão por vir.

 

Por tudo que temos visto, podemos concluir que aos profissionais de ESG caberá um papel importante nas mudanças que estão à nossa frente, em direção a uma sociedade sustentável. Cabe a eles assumir de forma consciente o seu papel e cooperar para a construção de um mundo melhor. Que cada um faça a sua parte.

 

Caso haja interesse de sua empresa em aprofundar-se nesse ou em outros temas afetos ao gerenciamento de riscos, contate a Brasiliano INTERISK, uma empresa que oferece soluções de Inteligência e Gestão de Riscos com base na Interconectividade, conferindo total transparência aos processos de Governança, Riscos e Compliance.

 

Software INTERISK é uma plataforma tecnológica e automatizada que integra diversos módulos – entre eles, o Módulo ESG – compostos de diferentes disciplinas, o que garante a abrangência e a integração de todos os processos em um único framework. 

 

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