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Âncora 1

ANÁLISE

Priorização de Ações

Carlos Alberto Köhler, MBS, CPSI, CISI, CREA, CRA
Graduado em Segurança Pública, pós-graduando em Segurança Privada, autor do Livro
Gestão em Segurança Patrimonial: Aplicação do método PDCA e CEO do Grupo CINDAPA.

A criminalidade tem sido palco de grandes notícias ultimamente neste país, todos nós conhecemos ou já ouvimos falar de alguém que foi vítima, infelizmente a segurança pública não consegue dar conta, as políticas públicas e os investimentos no setor deixam muito a desejar, e o que é pior, não há perspectivas de melhoras a curto e médio prazo.

As incorporadoras são sabedoras disso, fazem investimentos altos em sistema integrado de segurança com alta tecnologia e muitos vigilantes, atraindo clientes que buscam maior segurança, contudo, até estes tem sido alvos da criminalidade. Com isso os planos de segurança são revistos e aperfeiçoados para oferecerem ainda mais segurança, e é aí que entra o desafio aos administradores de condomínios, aos síndicos, e aos condôminos, que além de terem que decidir o que fazer para mitigar os riscos, pois há a questão da assertividade sobre quais ações trarão maior benefícios do que outros, além de ter que lidar com os conflitos gerados pelos demais membros que não concordam na priorização decidida. 

As decisões sem critério podem ser muito onerosas e com pouco resultado, gerando frustação, enquanto outras ações podem ter investimento menores com maiores resultados. Como exemplo das dúvidas sobre o que fazer por primeiro, a instalação de um sistema de câmeras, a instalação de uma eclusa, ou um posto de vigilância, automatização dos acessos ou realizar um manual de procedimentos, e assim por diante, são inúmeros os tipos de mitigadores para diminuir a probabilidade e impacto sobre os riscos.

Os principais riscos em comuns (pois depende do público interno, e externo, do estado, da região, dos moradores, etc.) nos condomínios horizontais, são: os sequestros, roubos de dinheiro, de joias, de smartphones, tablets e de computadores. 

O sequestro no Brasil diminui nos últimos anos, mais ainda nos assusta. Em condomínios, estes crimes são realizados na sua maioria, nos pórticos de acesso, residências, seguido pelo salão de festas. Além destes riscos, podemos citar vários outros como, atropelamento, afogamento, incapazes sem supervisão, perda de licença de operação do condomínio, e assim por diante.

A ajuda de um profissional Especialista em Segurança Privada é uma forma inteligente para a realização de Plano de Segurança. Nele terão elementos de identificação dos riscos, dos fatores de riscos, matriz de suportabilidade que identifica os graus de probabilidade e impacto de cada risco, auxiliando na escolha de mitigadores e suas priorizações, ou seja, quais mitigadores devem ser implementados por primeiro que trarão maiores resultados com menor esforço, caso se opte pela aquisição em partes.

Após a identificação dos riscos realiza-se a avaliação de riscos, ou seja, avaliar quais riscos tem maior probabilidade com maior impacto, até aqueles com menor probabilidade com menor impacto. Com base nestas informações haverá elementos concretos para avaliar quais riscos merecem maior atenção.

Após a identificação dos riscos e a avaliação dos riscos, é realizado a identificação dos fatores de riscos, que consiste na identificação de mitigadores que podem ajudar na diminuição das probabilidades do risco ocorrer, e podem ter as seguintes classificações:

a) Controles

Ex.: Plano de segurança, manual de procedimentos, plano de rondas, etc.

b) Infraestrutura

Ex.: Muro, alambrados, iluminação, eclusas, guarita, iluminação, etc.

c) Tecnologia

Ex.: Câmeras, alarmes, automatização de controles de acessos, etc.

d) Pessoal

Ex.: Vigilância, porteiros, etc.

Definido os mitigadores, e considerando que a decisão de aquisições será em etapas, há a necessidade de definir quais mitigadores tem maior eficácia sobre os outros, ou seja, quais terão melhor custo/benefício sobre os demais. Uma Matriz de Priorização de Ações é uma das maneiras para afastar os achismos, sair da subjetividade e evitando longas discussões acaloradas. Neste sentido, Antonio Celso Ribeiro Brasiliano ensina a utilizar esta matriz para auxiliar na identificação das ações que terão menor ou maior esforço, e as que terão menor e maior benefício:

A Matriz de Priorização de Ações é composta por dois macros critérios:

1. Esforço de Implementação

2. Benefício Estimado

No Esforço de Implementação consideramos três critérios:

a) Custo

b) Tempo 

c) Autonomia

Já no macro critério Benefício Estimado considera-se os seguintes critérios:

a) Impacto no contexto (percepção)

b) Probabilidade de dar certo

c) Eficácia operacional (motricidade)

Vejamos um exemplo de como uma Matriz de Priorização das Ações pode ser de ajuda para a tomada de decisão. Citamos um exemplo de um condomínio que já possui sistema de segurança, incluindo vigilância, e que foi decidido contratar mais um posto de vigilância 24 horas, construção de eclusa, e a criação de um manual de procedimentos.

Na tabela abaixo vimos os campos de esforço de implementação e do benefício estimado, gerando uma nota/peso e a figura abaixo mostra de forma mais clara o resultado desta nota/peso

Implementação  e Benefício Estimado, Priorização de Ações, Software Interisk
Matriz de priorização das Ações, Priorização de Ações, Software Interisk

Percebemos que a contratação de vigilância 24 horas requer um esforço alto, com médio benefício, enquanto que a realização de um manual de procedimentos tem um esforço baixo, com alto benefício, e assim por diante. Assim sendo a realização de um Manual de Procedimentos deve ser realizado antes que a contratação de um posto de vigilância 24 horas, pois terá menor esforço com benefício maior.

Assim sendo, uma planilha de priorização de ações diminui os erros, auxiliando na assertividade das decisões, otimizando de maneira inteligente os recursos, gerando maior segurança, que é o objetivo principal.

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