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Riscos ESG: negar ou tratar?

Décio Luís Schons,  CIEAI, CEGRC, CIGR, CISI
General-de-Exército da Reserva, é Vice-Presidente de Operações de Consultoria da empresa Brasiliano INTERISK

Setembro | 2023   

Durante um largo período, desde que a temática da sustentabilidade começou a ganhar espaço no debate público, as dúvidas sobre a sua permanência no tempo vêm assaltando investidores, homens de negócios e a população em geral. Seria esse mais um modismo passageiro, desenhado por alguns espertos para faturar à custa de preocupações artificialmente provocadas? Seria toda essa conversa a respeito de mudanças climáticas uma imensa coleção de fake news construídas para causar confusão, iludir a população e assim facilitar a manipulação das massas desorientadas?

 

O tempo passou e o suposto modismo veio adquirindo cada vez mais ares de permanência no tempo. As supostas fake news mostraram a sua verdadeira cara à custa do sofrimento de muita gente. Desastres climáticos tornaram-se corriqueiros no Brasil e no mundo, haja vista o acontecido no ano passado em Petrópolis (RJ) e, neste ano de 2023, na Baixada Santista (SP) e no Vale do Jacuí (RS). Isso sem esquecer os incêndios recentes no Havaí, no Canadá, na Califórnia e em diversos países europeus, além da inundação ocorrida na Líbia e o calor fora de época que estamos enfrentando por aqui mesmo.

 

As mudanças climáticas estão ligadas ao chamado aquecimento global, como passou a ser conhecido o aumento da temperatura média superficial da Terra. As numerosas consequências que daí derivam, como as secas frequentes, os incêndios florestais, o derretimento das calotas polares, as tempestades catastróficas, a escassez de água e o aumento do nível dos oceanos, já se tornaram por demais evidentes para serem ignoradas.

 

Ao que se sabe, o processo todo teve início com a Revolução Industrial, agravado progressivamente pelo aumento da queima de combustíveis fósseis como o petróleo, o gás natural e o carvão. As causas raízes disso são interligadas, começando pelo aumento constante da população mundial e o correspondente aumento na demanda por alimentos e produtos manufaturados, trazendo atrelados o desmatamento, o aumento das atividades industriais e as mudanças de formas do uso do solo. Esses são aspectos contribuintes para o aumento da temperatura, por englobarem atividades emissoras de grande quantidade de gás carbônico, o principal componente do chamado efeito estufa.

 

Desde 1972, na Conferência de Estocolmo, os países vêm debatendo a esse respeito, sem que se chegue a um consenso capaz de transformar as boas intenções em realidade. Assim foi na Rio-92, na Conferência de Paris em 2015 e na Assembleia Geral da ONU que acaba de se encerrar. Por exemplo, hoje já é ponto pacífico que, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) propostos pela ONU em 2015 para serem atingidos até 2030, somente 15% serão cumpridos. Da mesma forma, o compromisso firmado naquela mesma conferência, com a assinatura do famoso Acordo de Paris, prevê parâmetros para o aumento das temperaturas médias no planeta que, hoje já se tem como certo, não serão nem de longe alcançados.

 

A pergunta que neste momento pode assaltar a mente dos cidadãos de bem é esta: que podemos fazer, em nossa insignificância, para colaborar nessa tarefa hercúlea e certamente muito acima das nossas possibilidades de fazer alguma diferença sensível?

 

A primeira parte da resposta diz respeito ao cidadão comum, que pode conformar seus atos e atitudes às regras da sustentabilidade, fazendo a sua parte, proporcionando exemplos e colaborando no processo educativo das gerações que nos irão substituir ou que já nos estão substituindo.

 

Já com relação aos cidadãos que ocupam cargos de relevo, seja no poder público, seja na iniciativa privada, seja ainda nas organizações da sociedade civil, a estes cabe, sim, uma responsabilidade maior, pois de suas palavras e ações dependerá o sucesso ou o fracasso de tudo o que diz respeito ao futuro sustentável da humanidade.

 

A conscientização dos que estão à nossa volta surge aqui como fator chave de sucesso para essas iniciativas. Mudar hábitos arraigados, sabe-se muito bem, é processo difícil que depende de pelo menos uma das seguintes circunstâncias: em primeiro lugar, o sofrimento ou a perspectiva dele; em segundo lugar, a tomada de consciência de que é necessário mudar, para o próprio bem e para o bem do grupo a que se pertence. Sendo assim, que possamos escolher voluntariamente a segunda maneira, levando a nossos colaboradores, companheiros de jornada, amigos e familiares, a mensagem e o exemplo da sustentabilidade.

 

Adoção de hábitos de vida saudáveis, disposição adequada de resíduos, cuidados com a vegetação e com os animais, plantio de mudas de árvores em locais disponíveis – esses são alguns passos que permitem a qualquer um de nós, na qualidade de cidadãos comuns, evidenciar a nossa seriedade em relação ao tema. Já como gestores de negócios, de organizações da administração pública ou da sociedade civil, é provável que recaia sobre nós uma responsabilidade maior e para isso devemos estar preparados.

 

É fora de questão que as mudanças climáticas constituem riscos importantes, não apenas para os negócios, mas sobretudo para a humanidade. Hoje os Riscos ESG são tratados nas empresas como mais uma disciplina da Gestão de Riscos Corporativos. As empresas que não aderirem de todo à pauta da sustentabilidade ou tentarem ganhar tempo e algum dinheiro praticando o famigerado green washing passam a correr um risco muito maior, uma vez que o poder público já despertou para a importância do tema e condutas irresponsáveis tendem a ser punidas com rigor.

 

Mesmo contrariando as conclusões da grande maioria dos cientistas e estudiosos do tema (e concordando com os chamados negacionistas), vamos admitir que a fase de aquecimento que atravessamos é natural, ou seja, um reflexo dos ciclos característicos do nosso planeta. Mesmo assim, os esforços de preservação ambiental não terão sido desperdiçados. Não há dúvida de que a ação predatória do ser humano vai aos poucos desfigurando a superfície da Terra e tornando-a cada vez mais insalubre. Podemos e devemos deixar para os que vierem depois de nós um planeta habitável. Depende de nós.

 

Basta olhar à nossa volta para perceber o muito que precisamos fazer nessa seara, seja como cidadãos comuns, seja como depositários de responsabilidade sobre uma empresa, associação ou autarquia.

 

Caso haja interesse de sua empresa em aprofundar-se nesse ou em outros temas afetos ao gerenciamento de riscos, contate a Brasiliano INTERISK, uma empresa que oferece soluções de Inteligência e Gestão de Riscos com base na Interconectividade, conferindo total transparência aos processos de Governança, Riscos e Compliance.

 

Software INTERISK é uma plataforma tecnológica e automatizada que integra diversos módulos – entre eles, o Módulo ESG – compostos de diferentes disciplinas, o que garante a abrangência e a integração de todos os processos em um único framework. 

 

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