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Tendências da Agenda ESG

Décio Luís Schons,  CIEAI, CEGRC, CIGR, CISI
General-de-Exército da Reserva. Vice-Presidente de Operações de Consultoria da empresa Brasiliano INTERISK

Março | 2024

Depois de um período de indisputada liderança entre as modernas tendências econômicas e comportamentais, a Agenda ESG parece ingressar em um ciclo de menor visibilidade.

Como marca característica deste início de ano, tiveram lugar nos EUA alguns eventos e tomadas de posição de atores políticos e econômicos que, em particular pela importância do cenário em que vêm ocorrendo, terão influência nas ações futuras ligadas a esse campo de atuação em todo o mundo. Repassemos alguns desses eventos.

A organização Climate Action 100+ se autodefine como “uma iniciativa liderada por investidores para garantir que as maiores empresas emissoras de gases de efeito de estufa do mundo tomem as medidas necessárias em relação às mudanças climáticas.” Segundo a página da organização na internet, mais de 700 empresas estão por ela congregadas na busca dos objetivos elencados.

Ultimamente, essa iniciativa vem sendo submetida a uma série de ações judiciais movidas particularmente por estados governados por políticos do Partido Republicano, que encaram a Agenda ESG como extremamente daninha à indústria de combustíveis fósseis. É o caso dos estados do Texas, Virgínia Ocidental e Oklahoma, onde grandes empresas de investimentos parceiras da Climate Action 100+ foram impedidas de manter negócios com entidades estatais. Além disso, 21 estados governados por republicanos estão investigando a citada iniciativa por possíveis práticas ilegais nas negociações com as diferentes empresas envolvidas no processo.

Como consequência, algumas das maiores empresas gestoras de fundos de investimentos, tais como a Black Rock, a JPMorgan e a State Street Global Advisors (SSGA), encerraram ou reduziram drasticamente sua participação na Climate Action 100+, atitudes que certamente terão repercussões significativas, não só nos EUA, mas em grande parte do mundo ocidental.

É fora de questão que a sigla ESG, que responde por Environment (Meio Ambiente), Social e Governança, está saindo de moda e poderá transformar-se em um termo bem menos frequente em um futuro próximo. Isso não significa, porém, que o ideário por ela abrangido perderá importância, até porque o agravamento da crise climática e os consequentes desastres meteorológicos em todo o planeta são eventos que já não podem ser negados.

É, portanto, de todo interesse acompanhar as principais tendências ligadas à sustentabilidade nos diversos campos da atividade humana. Percebe-se, de imediato, que essas tendências pertencem a um universo mais realista e menos ligado aos efeitos midiáticos, quando comparadas àquelas difundidas em anos anteriores.

Uma dessas tendências, ao que tudo indica, está no fortalecimento das empresas de capital misto, reunindo recursos públicos e privados em empreendimentos lucrativos que também contemplem o interesse público. Essa modalidade aparece neste momento como ferramenta fundamental para impulsionar as ações da Agenda ESG até 2030.

É também voz comum a ascensão do componente feminino na direção de negócios, contrariando as tendências históricas que nos mostram o ambiente empresarial dominado por indivíduos do sexo masculino. Em reforço a essa narrativa, existem diversos relatos dando conta de que empresas administradas por mulheres vêm apresentando resultados financeiros acima da média.

Para falar de outro tema bem ventilado, podemos ver como a IA vai assumindo um papel cada vez mais assertivo em nossa sociedade moderna. As expectativas geradas ocupam um amplo espectro, desde as mais otimistas até aquelas que veem na substituição dos seres humanos por robôs o ocaso da raça humana como agregado de seres pensantes e responsáveis.

Do outro lado estão aqueles empreendedores que veem na libertação dos seres humanos da execução de tarefas repetitivas e desgastantes um convite ao progresso, incentivados que somos agora a explorar áreas nobres da inovação e da expressão criativa. A partir daí, acredita-se num importante estímulo à empatia, à intuição, ao pensamento crítico e à criatividade nos mais diversos ambientes de trabalho.

Não devemos esquecer que a Agenda ESG é muito mais que um simples programa de sustentabilidade ambiental. Na verdade, em muitos casos, em particular naqueles negócios em que as possibilidades de danos ambientais são reduzidas, a Agenda ESG concentra-se em causar impactos sociais positivos, em particular no que diz respeito à governança ética. Desse modo, a visão de futuro dessas empresas passa a incorporar o preparo das novas gerações para lidar com esses desafios. Para isso, ganham espaço atividades como o reskilling (reciclagem profissional) e o upskilling (capacitação que visa ensinar aos trabalhadores novas competências, de modo a otimizar o seu desempenho) – tudo isso no contexto de uma cultura de aprendizado contínuo.

Vimos assim como, apesar de alguns tropeços, a Agenda ESG continua a avançar. É provável que a sigla ESG passe a ser menos empregada, o que não significa que ela irá cair no esquecimento. De qualquer modo, os princípios que a orientam serão preservados, pois dizem respeito ao bem-estar da humanidade.

Independentemente de paixões ideológicas, na maior parte das vezes ligadas a interesses corporativos, o universo empresarial já incorporou esses princípios às rotinas de planejamento e execução de grande parte das atividades das corporações. Seja com que nome for, a pauta da sustentabilidade continuará presente nas rotinas da vida de cada um de nós.

Acima de tudo, acreditamos ser de todo conveniente que temas de tal relevância não sejam considerados como armas em conflitos político-ideológicos, como temos presenciado ultimamente. A Agenda ESG, com este nome ou outro qualquer, deve situar-se acima dos interesses dessa pauta conflitiva, cujas consequências todos somos capazes de antever.

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